A SAÚDE E A HIGIENE COMO ELEMENTOS NA CONSTITUIÇÃO DA CULTURA ESCOLAR A PARTIR DA REVISTA EDUCAÇÃO PHYSICA

Resumo

Resumo: A investigação analisa as representações veiculadas por meio dos artigos da revista Educação Physica, impresso que circulou de 1932 à 1945. Atentamo-nos para as discussões referentes à saúde e à higiene, por se mostrarem como principais anseios dos intelectuais que escreveram para o impresso. Estas foram analisadas observando suas relações com a constituição de uma cultura escolar, a partir da escolarização da infância. Como referência utilizamos as reflexões de Julia (2001), ao delimitar e articular o significado do conceito de cultura escolar, entendendo-o como elemento que nos permite compreender o conjunto de prescrições que definem conhecimentos a ensinar e condutas a subjetivar e, o conjunto de práticas que permitem a circulação desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos, normas e práticas coordenadas a finalidades que podem variar segundo as épocas, podendo ser religiosas, sociopolíticas ou de socialização. O estudo aponta para a compreensão da historicidade da noção de cultura escolar, não como algo neutro e inerte, mas em movimento e mudança. A escolarização/educação das crianças realizou-se firmada em propostas para a saúde e higiene. A Educação Física passou a ser projetada como instrumento que pudesse refletir no corpo os ideários de uma educação nacional, enfatizando uma preparação biopsicossocial para a modernidade. A cultura escolar do período estudado nasce dos anseios da ordem econômica, mas não se restringe somente a elas, pois as representações relacionadas à cultura escolar que a revista faz circular remetem para os meios pelos quais um grupo busca tornar-se autorizado no campo político a dizer quais os saberes e práticas devem compor o repertório mobilizado pelos professores de Educação Física na sua atuação docente.