ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE LEISHMANIOSES EM HUMANOS NA CIDADE DE AREIA-PB ENTRE 2010 e 2011

Resumo

A leishmaniose constitui um problema de saúde pública devido à incidência, ampla distribuição geográfica e pela presença de sequelas desfigurantes, destrutivas e incapacitantes que a doença provoca no homem, sobre tudo em populações provenientes de áreas mais pobres e com precário saneamento básico. Considerando o potencial endêmico da cidade de Areia-PB para leishmanioses, o estudo teve como objetivo fazer um levantamento dos casos confirmados de leishmaniose na cidade entre os anos de 2010 e 2011. Os dados foram coletados, através do banco de informações do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e de prontuários e cadernos de notificações cedidos pela secretaria de saúde da cidade em estudo. Após identificação dos portadores, os mesmos foram visitados para aplicação de um questionário qualitativo para averiguação das informações sócias demográficas e epidemiológicas aos quais estavam submetidos à população em estudo. Notificou-se 13 (treze) casos de leishmaniose apenas para a forma cutânea da doença (LTA), sendo o ano de 2010 o período de maior notificação registrada com representatividade de 10 (dez) casos positivados e 2011 com 03 casos registrados da patologia, com um decaimento em torno de 53,84%, no respectivo intervalo de tempo. Um percentual de 15,38% das notificações chegou a óbito e 84,61% obtiveram a regressão e cicatrização das úlceras. A distribuição da doença por zona populacional mostrou-se razoavelmente homogênea, com uma proporção de 53,84% para a urbana e 46,15% para a rural. A doença se manifestou com maior frequência no sexo masculino (69,23%) do que no sexo feminino (30,76%) onde a população entrevistada apresentou grau de escolaridade muito baixo (46,15%) de analfabetos; foi verificado também um considerável aglomerado de pessoas somado à existência de cães domésticos, domicílios existentes próximos ou inseridos na mata, com despejo sanitário a céu aberto ou fossa.