CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DEFICIENTES AUDITIVOS ASSISTIDOS EM UMA INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA DO NORTE FLUMINENSE, RIO DE JANEIRO

Resumo

No Brasil, o censo do IBGE, em 2000, revelou uma população de cerca de 6 milhões de deficientes auditivos. Em 2005, o IBGE mostrou que a ocorrência em crianças de zero a nove anos era de cerca de 205.366 casos. Segundo a Sociedade Brasileira de Otologia, estima-se que 3 a 5 crianças, em 1.000, nascem surdas. Deste modo, este estudo objetivou descrever as características clínicas de crianças e adolescentes deficientes auditivos atendidas em  uma Instituição de Referência do Norte Fluminense. Realizou-se um estudo seccional, descritivo, base primária, com a população de crianças e adolescentes deficientes auditivos, de 7 a 19,9 anos, em Agosto 2010-2012. Foram realizadas entrevistas com pais e/ou responsáveis, pessoalmente ou por telefone, utilizando-se um formulário testado previamente. Das 26 crianças e adolescentes avaliadas, 61,5% eram do sexo masculino e apresentaram média(±DP) de idade de 11,8±3,5 anos. Quanto ao diagnóstico médico apresentado na primeira consulta, detectou-se 42,3% das crianças e adolescentes apresentando perda auditiva neurossensorial profunda bilateral. Dos participantes, 61,5% não tinham história familiar de surdez, 23,1% tinham história familiar de surdez. Quanto a idade de diagnóstico da surdez ou deficiência auditiva, detectou-se uma média(±DP) de idade de 2,9±3,0 anos. Conclui-se que a maioria dos avaliados apresentou perda auditiva neurossensorial profunda bilateral, no diagnóstico médico na primeira consulta. O desenvolvimento de novos estudos é primordial para pensar em estratégias voltadas à saúde adequadas e de amplo alcance à realidade do grupo atendido.