A CIDADE DE CURITIBA, O LAZER E O CLUBE CURITIBANO.

Resumo

O lazer pode ser utilizado como uma possibilidade múltipla de visualização da sociedade local e da vida urbana. É necessário pensar no lazer, como um símbolo, uma nova referência, da civilização, uma representação, a partir do final do século XIX e início do século XX. Identificar o lazer como um elemento estratégico para conhecer a sociedade, necessita de uma compreensão do seu significado, analisando-o empiricamente num processo de longa duração, cujo ponto de partida é uma abordagem multidisciplinar, ou seja, numa articulação entre os aspectos sociológicos, psicológicos e históricos. As atividades de lazer dentro dos limites estabelecidos socialmente permitem experiências emocionais que normalmente não são vividas nas atividades rotineiras. As atividades de lazer são categorias de atividades em que a restrição rotineira de emoções pode, até certo ponto, ser publicamente reduzida e com aprovação social, mais do que qualquer outra. O indivíduo pode desfrutar de emoções agradáveis, sem colocar em perigo os outros e a si próprio. Para tanto, o componente risco está presente, constituindo parte integrante do prazer, e por meio dele é possível desafiar as normas da vida rotineira (até um determinado limite). O que significou o lazer para as pessoas que viviam nas cidades brasileiras no final do século XIX e início do século XX e, em particular na cidade de Curitiba? Curitiba que ganhava foros de modernização, em parte pela presença dos imigrantes, mas também em função de iniciativas tomadas por seus administradores. Na área de lazer, o teatro fazia grande sucesso, com a concorrência dos primeiros cinemas, a construção de parques e praças atendia a necessidade de diversão e descanso da população. Curitiba oferecia agora condições para uma vida social e cultural mais sofisticada. Foi desta “nova” cidade, que o Clube Curitibano, surgiu e influenciou na sociedade curitibana.