A REALIDADE E A (IN)UTILIDADE DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, NA CONCEPÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Resumo

A proposta à Educação Física Escolar, elaborada por Brasil.MEC (1998), aponta como conhecimentos da Educação Física o ser humano em movimento, utilizando-se como conteúdo os jogos, esportes, danças, ginásticas e lutas, nas dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais, que devem garantir oportunidades aos alunos para desenvolverem as potencialidades, acessar e usufruir a cultura corporal. Alicerçada nesses pressupostos, esta pesquisa empregou o método descritivo, com objetivo de identificar os conteúdos desenvolvidos na Educação Física Escolar nas cidades da Grande São Paulo e analisar a validade e utilidade na vida atual e futura, na concepção dos alunos do Ensino Médio. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário aberto, composto de cinco perguntas, aplicado à amostra de 813 adolescentes (16-23 anos) de ambos os sexos, de escolas públicas e particulares, questionando a participação na Educação Física Escolar: quais as atividades desenvolvidas, os benefícios das realizações, as aprendizagens nas aulas e importância no futuro. Os resultados demonstram que 84% dos alunos participaram da maioria das aulas, os conteúdos vivenciados foram 72% Esportes, 22% Ginásticas, 11% Jogos, 0,6% Danças, 0,4% Lutas e 45% consideram que aprenderam novos esportes. Os benefícios mencionados por 44% dos alunos são fisiológicos/saúde e 13% indicam obtenção de saúde como importância futura. Conclui-se que a maioria das práticas foi esportiva, com a execução de técnicas e fundamentos, sem qualquer contextualização ou reflexão crítica, sem desenvolver conceitos e atitudes importantes para a vida atual e futura, não estimulando a autonomia dos alunos na prática de atividades físicas. Assim, cabe aos professores repensarem aulas e objetivos, para que os alunos não sejam enganados com relação aos benefícios e sua real utilidade, pois benefícios fisiológicos obtidos com duas aulas semanais são mínimos ou inexpressíveis e facilmente perdidos com interrupção. Principalmente, porque o objetivo atual da educação é formar cidadãos críticos e autônomos.