DISFUNÇÕES CARDIO-RESPIRATÓRIAS EM PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO

Resumo

O hipotiroidismo subclínico se caracteriza por um valor sérico aumentado do Hormônio Tirotrófico (TSH) e concentrações normais de Triiodotironina Livre (FT3) e Tiroxina Livre (FT4). O presente trabalho buscou comparar o nível de aptidão física de sete pacientes portadoras dessa disfunção ao de sete mulheres controle, através da ergoespirometria. Os dados foram comparados através do teste de Mann-Whitney U (p<0,05). O percentual de gordura não foi diferente entre os grupos (p=0,62). A pressão arterial sistólica (PAS) de pico foi maior nas mulheres controle (167,86 +19,97 mmHg; 141,43 +21,16 mmHg; p=0,03), perfil mantido até o terceiro minuto de recuperação. A pressão arterial diastólica (PAD) em repouso apresentou uma tendência de ser maior nas pacientes, e a diferença entre a PAD do terceiro e do primeiro minuto de recuperação foi estatisticamente maior para o grupo controle (7,5 +4,18 mmHg; 1,67 +2,58 mmHg; p=0,04). A disfunção diastólica que acomete esses pacientes já é conhecida pela literatura. A freqüência cardíaca, tanto em repouso como no pico do exercício não apresentou resultados alterados nas pacientes, resultados que corroboram com Monzani et al (2001). A carga máxima de exercício, a duração do teste e o consumo de oxigênio relativo de pico (ml.kg-1.min-1) apresentaram tendência a valores mais elevados no grupo controle. Apenas 14,19% das pacientes atingiu o limiar anaeróbico (ventilatório), enquanto que nos dados de 57,14% das mulheres controle foram caracterizados esse limiar. O hipotireoidismo subclínico parece influenciar algumas variáveis cardio-respiratórias em repouso e em esforço. As variáveis mais sensíveis foram a pressão arterial, o consumo de oxigênio relativo de pico, a duração do teste, a carga máxima e a caracterização do limiar ventilatório.