CARACTERIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDAS À EQUOTERAPIA EM ANÁPOLIS - GO

Resumo

A Equoterapia, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, é reconhecida como método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina no Brasil desde 1997. A reeducação eqüestre é indicada
nos seguintes casos: deficiências motoras causadas por lesões neuromotores; lesões cerebrais; déficits neuromotores por lesões na medula espinhal e lesões de nervos periféricos; distúrbios evolutivos e comportamentais e patologias ortopédicas (FREIRE,
1999). O objetivo deste trabalho foi caracterizar o desenvolvimento psicomotor dos praticantes de equoterapia na ADME - Associação de Deficiências Múltiplas Equoterapia no município de Anápolis/Goiás. Participam do presente estudo, 25 pacientes
(praticantes) com Paralisia Cerebral, de ambos os gêneros sendo 16 homens e 9 mulheres. Foram feitos testes psicomotores, BPM  de Vitor da Fonseca (1995). As sessões de treinamento consistiram duas vezes por semana com 40 minutos cada sessão. A análise
estatística usada foi descritiva e para comparação dos momentos usou-se o test t student. Os resultados foram que: na tonicidade as crianças tiveram uma melhora significativa (p=0, 000), inicialmente estavão no perfil apráxico com realização imperfeita do
movimento passando depois para o perfil dispráxico. No equilíbrio as crianças tiveram uma melhora significativa (p=0,000), pois antes do treinamento elas se encontravam no perfil dispráxico, com dificuldades no movimento, mas sendo considerado satisfatório
e, pois da equoterapia passou-se para o perfil eupráxico com realização adequada sendo classificado como bom. Na lateralidade as crianças obtiveram com o treinamento uma melhora significativa (p=0,022), mas não mudou o perfil psicomotor, elas iniciaram no
perfil dispráxico e nesse mesmo ficou depois do treinamento. Na noção de corpo as crianças apresentaram uma noção imperfeita e conhecimento incompleto de seu corpo. Mesmo tendo uma melhora signficativa (p= 0,003) elas não conseguiram evoluir de perfil. A Praxia Global as crianças mantiveram no mesmo perfil apráxico, mesmo assim, elas obtiveram uma melhora significativa (p=0,005). Na Praxia Fina obteve melhora significativa na praxia fina (p=0,003), mas não o suficiente para mudar o perfil psicomotor, as crianças iniciaram e terminaram o treinamento no perfil apráxico, sendo consideradas fracas. Conclui-se que o treinamento com equoterapia apontou resultados com melhoras significativas nas áreas psicomotoras avaliadas, mesmo não obtendo mudança em alguns perfis psicomotores. A equoterapia pode apoiar o desenvolvimento das áreas psicomotoras de crianças com paralisia cerebral e que dessa forma pode contribuir para melhora de sua vida.