O PROCESSO DO CUIDAR AO FILHO PORTADOR DE HIV: OPINIÃO DE MULHERES SOROPOSITIVAS QUE FREQÜENTAM UM CENTRO ESPECIALIZADO EM DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS

Resumo

INTRODUÇÃO: O diagnóstico de portador do HIV representa um evento de impacto pessoal, sendo um marco na trajetória de vida das famílias durante sua convivência com a doença. Outro ponto marcante é o fato de que a AIDS impõe novos hábitos, tais como, realizar um tratamento rigoroso, ingerir medicamentos, realizar consultas e exames freqüentes, considerados extremamente penosos tanto para a família quanto para a criança. OBJETIVO: Identificar sentimentos de mães portadoras de HIV/AIDS ao vivenciarem a experiência do cuidado aos seus filhos soropositivos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa. A amostra foi composta de 33 mães soropositivas, voluntárias, inscritas no ambulatório do hospital público de referência para doenças infecciosas, no município de Natal/RN. Após a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido, os dados foram coletados pela aplicação de uma entrevista semiestruturada, cujos relatos foram gravados e transcritos literalmente. Para análise utilizou-se da técnica de análise temática, criando-se categorias que emergiram do próprio discurso. RESULTADOS: As categorias prevalentes em relação à vivência e experiência de cuidar de um filho soropositivo foram: proteção, medo, doação, fé e a esperança. A condição da mãe em ser soropositiva não foi evidenciada como a preocupação maior. As mães priorizam as necessidades da criança, o cuidado dos filhos e da família. CONCLUSÃO: Esses dados revelam um sofrer por parte das mães que remetem para uma atenção melhor qualificada, realizada numa perspectiva de reforço à auto-estima e ao autocuidado das próprias mães.