PSICODRAMA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Resumo

Este artigo, de natureza bibliográfica, apresenta-se como ensaio teórico e relato de  experiências sobre a aplicabilidade das práticas psicodramáticas socioeducacionais no âmbito das oficinas de dança-teatro no Colégio Militar de Salvador (CMS), realizadas no período de 2009 a 2014 no contexto das aulas eletivas ocorridas no turno vespertino. Ao descrever como essa prática é essencial para o desenvolvimento da espontaneidade-criatividade-sensibilidade, sinalizando a utilização de práticas cocriativas e lúdicas, inter e trandisciplinares, facilita-se  entendimento desta ação como vinculada às artes cênicas viabilizando o exercício da cidadania, dialogia e ecologia. Esses aspectos, de forma conjugada, ampliam a percepção discente sobre seus próprios corpos, bem como a necessidade de se valorizar os traços culturais da comunidade estudantil, tidas como uma possibilidade para o desenvolvimento de papeis sociopsicossociais. O referencial moreniano foi escolhido porque acredita-se que, pautados na transdisciplinaridade, e, uma vez associados às práticas motoras, reforçam a retória holística, própria para a leitura hodierna de corpo. Como a dança no CMS é percebida como diacrônica e dialógica, chama a atenção para o fazer pedagógico psicodramático que prevê a construção de imagens, que, postas em sequência, favorecem a externalização de sentimentos e verdades que o cotidiano social reprime. Uma vez que o condicionamento físico não facilita a expressão corporal, é preciso criar espaço nas atividades físicas para libertar o corpo para que o mesmo experiencie situações em que o fortalecimento de vínculos possam também ser facilitados. Ao considerar que as práticas morenianas são agentes propícios para tal, acredita-se que elas contribuirão para o desenvolvimento, também, de competências facilitadoras das relações afetivas, bem como de outros propósitos que a educação hodierna requer. Assim, a dança, percebida como parte fundamental do processo de construção do conhecimento, viabiliza, também, o letramento, a ecopedagogia, intercambiando conteúdos díspares nas construções cocriativas.