ASSOCIAÇÕES ENTRE A PRODUÇÃO ENERGÉTICA, INDICADORES CINEMÁTICOS E A PRESTAÇÃO NOS 200M DE NADO PEITO.

Resumo

São raros os estudos que utilizaram a calorimetria indirecta na água como maneira de calcular o custo energético de nadadores e a sua associação com indicadores biomecânicos. Assim, os objectivos deste estudo foram: i) descrever a produção de energia aeróbia e anaeróbia durante a prova de 200m peito; ii) analisar a associação destas variáveis com indicadores mecânicos na mesma prova; iii) analisar a associação de variáveis fisiológicas e mecânicas com o rendimento nesta prova. A amostra foi constituída por 12 nadadores especialistas em prova de 200 metros peito, participantes do campeonato nacional português, com as seguintes características (média ± DP): 17,42 ± 2,37 anos de idade, 67,07 ± 6,26 kg de peso corporal, 1,74 ± 3,28 metros de altura, 10,71 ± 2,21 anos de prática, 182,64 ± 4,49 metros de envergadura e 8,12 ± 2,81 % de percentual de gordura. Os nadadores foram submetidos a um teste progressivo até à exaustão e a um teste máximo de 200 peito. Ambos os testes foram realizados em piscina de 25 metros e separados por 24h. Durante ambas as provas foi medido o VO2 e a lactatémia pós-esforço. Foram filmadas as provas e digitalizadas as imagens para determinação de oscilação vertical do centro de massa (OV) e da variação intra cíclica da velocidade horizontal (VIV). Verificou-se que a contribuição anaeróbia foi em média 18% e a aeróbia foi em média 82% durante a prova de 200m. Não se verificou qualquer associação com significado estatístico entre a prestação nos 200 m peito e os percentuais aeróbios e anaeróbios de energia produzida. O custo energético correlacionou-se negativamente com OV e positivamente com a VIV. Nenhuma das variáveis cinemáticas acima indicadas, se associou significativamente com o rendimento na prova de 200m peito.