O CORPO E O PARADOXO ATUAL DO CUIDADO DE SI NA ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA

Resumo

O presente artigo parte da contextualização do corpo conforme inserido culturalmente na sociedade brasileira. Onde a concepção de corpo vinculada na sociedade atual concentra-se exageradamente na valorização corporal, o qual estabelece o corpo como mecanizado e objeto de exploração, concebido como um capital. Esta forma de concebê-lo está muito atrelada a um padrão corporal imbricado culturalmente, no qual, tal padrão recebe aceitação como correto e ideal por grande parte da população, referendando uma imagem corporal ideal. Nesta forma de concebê-lo, a valorização do sujeito caracteriza-se como aceitável somente pelo vislumbrado exteriormente, o interior de cada um passa a não ser percebido. Na tentativa de superar esta forma capitalista e mecanicista de conceber o corpo recorremos à obra tardia de Michael Foucault para buscar, neste autor, particularmente no tema do cuidado de si, parâmetros para examinar em que medida esse recurso possibilita ir além dos limites de mecanização corporal. Para isso trataremos de vincular o conceito de cuidado de si, mediante suas dimensões e características, ao corpo e, ainda, exploraremos a relação de tal conceito com o tema da estética da existência. E neste âmbito, buscar um processo formativo significativo aos sujeitos, através do cuidado de si de forma global em todos os aspectos e dimensões do ser humano, pois somente assim pode revelar-se como um verdadeiro cuidado de si.