JOGOS ESCOLARES: POLÍTICA MERITOCRÁTICA OU PARTICIPATIVA?

Resumo

O artigo publica resultados parciais de um estudo que busca construir conhecimento acerca dos Jogos Escolares e acerca da compreensão do significado dessa experiência para os estudantes que deles participam. O contexto estudado são os Jogos Escolares Municipais de uma Rede de Ensino da Região Metropolitana de Porto Alegre. Os Jogos, realizados anualmente, estão alicerçados nos princípios e na concepção do esporte educacional. Oportunizam a participação dos estudantes da Rede de Ensino, pública e particular, que tenham entre 11 e 17 anos, em diversas modalidades esportivas. A pesquisa está elaborada nos marcos teóricos e metodológicos de cunho qualitativo e teve como principais instrumentos de investigação a análise de documentos e entrevistas semi-estruturadas. Foram colaboradores com o estudo seis estudantes de duas escolas e um Professor de Educação Física. Os critérios utilizados para a escolha das unidades escolares estão relacionados com o número de alunos e com a diversidade de modalidades de inscrição nos Jogos. Os atores foram indicados pelas equipes diretivas das escolas. Os principais resultados do estudo evidenciam desacordo entre as diretrizes dos Jogos e a prática pedagógica dos professores de Educação Física. Os estudantes integram as equipes participantes por meio de processos seletivos possibilitando, inclusive, que um mesmo estudante participe em diferentes modalidades e categorias. O calendário dos Jogos Escolares é definidor do planejamento das aulas de Educação Física, privando os estudantes de vivenciarem diferentes culturas do movimento. Entretanto, enquanto os professores apresentam atitudes que contrariam os princípios do esporte educacional, os estudantes destacam a socialização e o prazer de jogar como justificativas e motivações para a participação neste evento.