Do esquema à práxis... – De uma práxis a uma outra práxis – Da praxis à competência
Resumo
A partir dos anos sessenta, Georges Bonaventure, licenciado adjunto em educação física (Universidade de Liège, 1953), um dos grandes mestres do pensamento da educação física belga francófona, trouxe sua reflexão a respeito do lugar da educação física no ensino fundamental moderno, inscrevendo sua missão em um objetivo de educação global ou seja: suscitar na criança o gosto pela atividade física geradora de saúde, ajudá-la a atingir um domínio cada vez mais perfeito de sua adaptabilidade motora, a desenvolver a longo termo uma cultura da prática esportiva, contribuindo, em um processo interdisciplinar, para favorecer êxito das aprendizagens escolares. No presente artigo, ele descreve a intenção do professor-educador e, à luz do ensino das neurociências contemporâneas, o encaminhamento para competências motoras do estágio do adulto educado: partindo do repertório completo dos esquemas a serem despertados, desenvolver, aperfeiçoar e enriquecer, adquirindo a criança um conjunto de praxis, isto é, de condutas voluntárias condicionadas por um objetivo funcional específico, que ela deverá investir nas competências concretas da existência. Esta educação deve respeitar os estágios sucessivos da aprendizagem, indo do sensório-motor ao perceptivo-motor e depois ao cognitivo. Para este objetivo, convém fornecer às crianças situações de vida sistematizadas de modo a solicitar o conjunto de suas potencialidades, respeitando a ordem dos estágios de aprendizagem, evitando cuidadosamente queimar etapas, fazendo emergir os grandes princípios fundamentais do controle dos movimentos. Porque o saber não garante absolutamente a competência, é necessário fundamentar as aprendizagens situações-problemas simplificadas talvez, mas ainda assim ricas em todos os componentes e todas as estruturas da competência a que se visa. Assim, a criança aprenderá simultaneamente a fazer e a ser, na globalidade de sua pessoa, o que só a educação física permite. Assim, deve-se condenar a marginalização da educação física, quando esta é confiada a um especialista e que, por isso, os outros membros da comunidade educativa se crêem dispensados de recorrer às virtudes formativas da motricidade, perpetuando a funesta tradição dicotômica tão prejudicial à qualidade do ensino e ao interesse das crianças.Downloads
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Como Citar
Do esquema à práxis... – De uma práxis a uma outra práxis – Da praxis à competência. (2014). Fiep Bulletin - Online, 71(1-2). https://ojs.fiepbulletin.net/fiepbulletin/article/view/3535