CINOTERAPIA E O DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO COM DEFICIENCIA: UM ESTUDO ORIENTADO PELA TEORIA DOS SISTEMAS BIOECOLÓGICOS

Resumo

O presente estudo partiu da experiência de Cinoterapia terapia facilitada por cães para fins terapêuticos ou educacionais, numa abordagem interdisciplinar com um grupo de crianças com deficiência da APAE de São Gonçalo, realizada com a parceria da instituição com o Canil da Policia Militar da mesma cidade. Através do Canil foi possível a colaboração e orientação de um Médico Veterinário, de condutores/treinadores e dos cães, devidamente selecionados e treinados, para fins de intervenções em processos terapêuticos. Este estudo tem por objetivo descrever o projeto de Cinoterapia realizado na APAE de São Gonçalo, considerando o desenvolvimento humano e a relação Homem/Animal. Para tanto, baseamo-nos na Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, proposta por Bronfenbrenner que justifica-se pelo potencial que a teoria tem para explicar a indissociabilidade entre a pessoa em desenvolvimento e os contextos em que ela se insere. O Paradigma Bioecológico destaca quatro núcleos inter-relacionados que estão em constante interação: pessoa processo contexto tempo. Participou desta pesquisa, um grupo de 30 educandos de 4 a 16 anos, com deficiência (Paralisia Cerebral com Deficiência Intelectual), e com respostas inadequadas aos estímulos. Como instrumento para a coleta de informações, utilizamos três Fichas de avaliação: (Avaliação de Independência Funcional, Avaliação da Observação Diária e Avaliação do Responsável) e Relatórios (Prontuários), realizados na instituição pela equipe interdisciplinar. De um modo geral, o convívio com cães estimula a responsabilidade, melhora a auto-estima, o autocontrole e propicia o estreitamento, ou até mesmo a realização de relações sociais à medida que facilita o contato físico e verbal. Através do cão é possível induzir um grau de motivação que possibilitará um melhor desenvolvimento biopsicosocial. O profissional utiliza o cão como um mediador deste processo, pois até o mais resistente dos indivíduos, se desconcerta na presença do cão e, com isso, diminui suas defesas facilitando a ação terapêutica.