INQUIETAÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM PERCURSO A PARTIR DA VALORIZAÇÃO DAS CULTURAS DA INFÂNCIA.

Resumo

Profissionais da Educação Infantil vivem um contexto de inquietação e têm despendido esforços para analisar e colaborar na melhoria da qualidade da Educação Infantil na realidade brasileira. Este projeto de pesquisa, financiado pelo Programa do Núcleo de Ensino da UNESP, assume também essa meta de avanço na qualidade da Educação Infantil e é resultante de uma parceria entre a FCT/UNESP de Presidente Prudente e uma Secretaria Municipal de Educação da Região de Presidente Prudente, SP. Tem como suporte a Teoria Histórico Cultural e a Sociologia da Infância, que apesar de suas divergências, consideram a criança como protagonista no processo de ensino-aprendizagem e produtora de cultura. Ainda, ambas valorizam as relações interpessoais, a imaginação e as atividades lúdicas como indispensáveis para a formação psíquica e da personalidade da criança. Todavia, o que se constata na realidade é que práticas educativas não consideram esses pressupostos e a criança acaba sofrendo as conseqüências dessa discrepância entre teoria e prática. Em função dessa complexa tarefa de transformação da realidade, a metodologia que orienta a investigação é a pesquisa-ação. Nesta perspectiva, busca-se envolver professores da Educação Infantil, em todas as dimensões: na definição da problemática, no aprofundamento teórico, na coleta dos dados e na avaliação dos resultados. Periodicamente os participantes, tanto da universidade como das instituições parceiras, realizam intervenções conjuntas junto às crianças e participam de seminários, buscando concretizar os objetivos da investigação. Os resultados revelam a dificuldade de se promover avanços na realidade educacional, considerando a prevalência de concepções espontaneístas, tradicionais e tecnicistas de educação. Todavia, quando ocorre a adesão do professor e este assume o papel de mediador, as crianças, aos poucos, superam seus receios e passam a compor outro contexto de formação amparado nas suas culturas e esta mudança repercute positivamente na autonomia e no processo de formação e desenvolvimento infantil.